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Criadores de gado de MS devem ficar em alerta para os parasitas da temporada de chuvas

25/12/2022-08h37

A fase é alerta à presença de carrapatos, mosca-dos-chifres, bernes e demais parasitas, algo diretamente associado aos índices pluviométricos e aos níveis de umidade e calor

Com a chegada do período de chuvas em Mato Grosso do Sul, os criadores de gado ficam em alerta para os parasitas da temporada. Apenas no Estado, há cerca de 224,6 milhões de cabeças, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, apenas Corumbá concentra o 2º maior rebanho do País.

A época de chuvas é favorável para que os pastos fiquem mais verdes, com isso o gado ganha mais peso e os pecuaristas contabilizam mais arrobas.

Entretanto, como destacado pelo médico veterinário Thales Vechiato, gerente de produtos para Animais de Produção da Pearson Saúde Animal, a temporada traz um problema.

“O momento seria ideal não fossem os parasitas, que têm no período mais quente do ano – que também é extremamente úmido – as melhores condições para se disseminar pelo rebanho”, explica.

Logo, a fase é alerta à presença de carrapatos, mosca-dos-chifres, bernes e demais parasitas, algo diretamente associado aos índices pluviométricos e aos níveis de umidade  e calor.

Carrapatos e bernes estão entre os mais temíveis inimigos da saúde dos bovinos nesse período do ano. Além de prejudicar o ganho de peso, comprometem o couro.

“Quando os animais têm de 20 a 40 bernes, a perda de peso fica entre 9% e 14%. Já no couro, de 10 a 20 perfurações nas áreas mais nobres são responsáveis pela redução de 30% a 40% do valor comercial”, exemplifica o especialista da Pearson.

Carrapato

Conforme destacado pelo especialista, o carrapato merece atenção especial porque carrega o status de mais importante ectoparasita de bovinos do país, devido aos enormes prejuízos financeiros que provoca – estimados em R$ 15 bilhões ao ano.

Ele ressalta, ainda, que ao contrário do berne e da mosca-dos-chifres, por exemplo, o carrapato não é sempre visível.

“Cerca de 95% da população está no ambiente em forma de ovos ou larvas de pulgas. Dessa forma, a atenção tem de ser dobrada: no pasto e nos animais”, diz.

Moca-dos-chifres

Com relação à  incidência da mosca-dos-chifres, esta também aumenta explosivamente no verão, sendo quatro vezes maior em relação ao período seco.

Sua presença tem impacto direto no bolso dos produtores e ocorre em todas as regiões do país, tanto nos rebanhos de corte quanto nos de leite.

“Segundo a Embrapa de Gado de Corte, vacas com 120 insetos têm fertilidade reduzida em 5%; se a população sobe para 300 moscas, são 100 gramas a menos no peso por dia”, informa Thales Vechiato.

“Em casos críticos, a presença de 500 moscas representa perda anual de aproximadamente 2,5 litros de sangue. São 40 kg a menos de peso vivo! No caso da pecuária leiteira, a redução é de 5 a 15% na produção de leite. Em um cenário de preços voláteis, qualquer perda é expressiva”, complementa.

Solução

O controle de parasitas está diretamente relacionado à utilização de eficientes produtos para saúde animal, especialmente os que têm ação carrapaticida, mosquicida, bernicida e vermicida, simultaneamente.

“Estes são os mais indicados porque atuam de forma mais eficaz e assertiva, reduzindo o tempo de aplicação e facilitando o manejo”, sugere Thales Vechiato.

Verão

O verão começou às 18h48min de 21 de dezembro e terminará às 18h24min de 20 de março de 2023, em Mato Grosso do Sul, de acordo com prognóstico divulgado pelo meteorologista Natálio Abrahão.

As principais características do verão são altas temperaturas, abundância de chuvas, dias mais longos e noites mais curtas – amanhece cedo e escurece tarde – e aumento da umidade relativa do ar.

A estação compreende os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e março.

Fonte: Correio do Estado