26/07/2021- 22h06
Depois de ir a público na semana passada se dizendo “contra” o aumento da verba destinada aos partidos políticos, o presidente Jair Bolsonaro afirmou na manhã desta segunda-feira, 26 de julho, que vai vetar apenas o que chamou de “excesso” do que a lei determina para o fundo eleitoral. Pressionado por todos os lados, com pedidos de impeachment em ponto de bala e CPI da Covid-19 em andamento, o chefe do Executivo Federal disse que, dos quase R$ 6 bilhões aprovados pelo Congresso Nacional, ele deverá preservar cerca de R$ 4 bilhões.
O curioso é que a declaração foi dada quando um apoiador pediu uma salva de palmas para o presidente pela intenção de vetar os R$ 5,7 bilhões para campanhas eleitorais do ano que vem.
“Vamos deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante, tá? A lei garante R$ 4 bilhões. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei eu estou incurso em crime de responsabilidade. Espero não apanhar do pessoal como sempre”, afirmou Bolsonaro, fazendo referência à recomposição inflacionária dos últimos quatro anos prevista na legislação.
Desmascarado por amazonense – O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), não deixou barato e foi para as redes sociais criticar a postura de Bolsonaro, a quem o mandatário do País atribuiu a responsabilidade pelo aumento do fundão.
“Na semana passada, o presidente me acusou injustamente de ser o responsável pelo aumento do fundo eleitoral. Fui vítima de muitos ataques das suas milícias digitais. Denunciei que tudo isso era fruto de uma manobra e de um grande acordão do presidente com os partidos que o apoiam para aumentar o fundo eleitoral para R$ 4 bilhões, que é mais que o dobro do valor atual. Hoje a máscara caiu! O próprio presidente já anuncia que vai dar o fundo de 4 bi. A verdade sempre se impõe! “, disse Marcelo.