O frango inteiro subiu 14% nos últimos 12 meses, enquanto os pedaços tiveram alta de 13,5%, segundo dados do IBGE
O preço da carne bovina está em alta e, por isso, muitos brasileiros tem optado pelo frango, porco e ovo, no entanto, esses produtos também terão reajuste nas gôndolas dos supermercados.
No 21 de maio, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) alertou o governo federal de que “novas elevações nos preços” dessas proteínas podem ocorrer “nos próximos meses”, por causa da alta dos custos de produção do setor.
Na prévia da inflação de maio, o frango inteiro subiu 14% nos últimos 12 meses, enquanto os pedaços tiveram alta de 13,5%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O preço do ovo avançou 7%, e, dentre as carnes de porco, a linguiça disparou 30% e até mesmo a salsicha ficou 12% mais cara.
Conforme divulgado, a principal queixa dos frigoríficos é com relação à escalada dos preços do milho e da soja no mercado internacional, que tem encarecido a ração dos animais, além dos custos com o diesel e as embalagens.
O Índice de Custos de Produção (ICP), calculado pela Embrapa Suínos e Aves, mostra que produzir frango em abril estava 39,79% mais caro do que o mesmo mês de 2020.
Já para suínos, essa alta foi de 44,5%.
O aumento dos preços das carnes de porco e frango e até mesmo dos ovos é “inevitável” para o consultor de Agronegócio do Itaú BBA Cesar de Castro Alves.
“Esses três setores já estão bastante pressionados desde o ano passado. Em 2020, as empresas ainda tinham um pouco de milho e soja comprados a preços mais baixos.
Agora, a gente não tem mais isso. Estamos há mais ou menos uns seis meses com preços bem elevados”, diz Alves.
Isso se deve a alta do preço do milho, a saca de 60 kg dobrou entre maio de 2020 e igual mês deste ano, saindo de um patamar de R$ 50 para R$ 100, segundo o indicador Esalq/BM&FBovespa.
Já o valor da soja subiu cerca de 60%, de R$ 108 para R$ 173 no mesmo período.
Milho e farelo de soja, que são a base da ração dos frangos e porcos, representam 70% dos custos de produção do frango, ovos e suínos, explica o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.