19/06/2022- 08h29
Relatório confirma declarações de Dobashi ao Correio ainda no começo de maio
Com as recentes quebras da safra de soja, e da segunda safra do milho em 2021, produtores rurais de MS olham cada vez mais para o clima no estado.
A expectativa é de se preparar para que as intempéries não afetem a produtividade como foi nas últimas temporadas.
A tensão, no entanto, parece ter dado espaço para o otimismo.
Em entrevista ao Correio do Estado na edição publicada no dia 6 de maio, o presidente do Sindicato Rural de Dourados, Angelo Ximenes, dizia que parte das perdas da última safrinha podem ser recuperadas.
“Estão todos animados, deve vir boa. É difícil falar [em recuperação dos prejuízos], mas dá uma aliviada grande”.
De acordo com comunicado da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aporsoja-MS), mais de 80% da safra do milho em MS está em boas condições.
A estimativa de área plantada é de 1,9 milhão de hectares, com redução de 12,6% em relação à safra de 2020/2021.
A produtividade estimada é de 78,13 sacas por hectare, com expectativa de produção de 9,34 milhões de toneladas.
As lavouras que apresentam boas condições correspondem a 82,2%, enquanto aquelas em condições regulares somam 11,6%, e as consideradas em condições ruins representam 6,2%.
Esse relatório confirma a declaração do Presidente da Aprosoja-MS, André Dobashi, na edição do dia 6 de maio. Segundo ele, a qualidade das lavouras de milho da região sul apresentadas naquela altura estava muito boa.
“O milho foi bem plantado e nasceu em uma situação privilegiada, conseguiu aprofundar as raízes em fevereiro, e a situação é muito boa. Temos milho de qualidade muito boa nas lavouras de MS”.
Para a classificação das condições de lavoura, os técnicos do Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Projeto SIGAMS), observaram critérios como a ocorrência de plantas daninhas, pragas, doenças, falhas de stand e demais sintomas causadores de redução de produtividade.
O coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta, ressaltou que há dois cenários em relação à geada ocorrida no início da semana.
“O produtor que plantou fora da janela, no mês de abril, e estão com o milho entre V6 e R2, podem ter perda significativa. Aqueles que plantaram antecipadamente, na janela recomendada, e estão com o milho entre R4 e R6, já estão com baixo risco de perda”, explica.
O responsável técnico lembra que os dados completos sobre os efeitos da geada estão em levantamento e serão divulgados nas próximas semanas. Os boletins de acompanhamento da safra são divulgados todas as terças-feiras