05/08/2022- 22h52
Números foram divulgados pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck
As exportações sul-mato-grossense chegaram ao patamar US$ 4,8 bilhões no período de janeiro a julho deste ano, registrando um aumento de 11% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o valor ficou em US$ 4,3 bilhões.
As importações se intensificaram e subiram – entre janeiro e julho de 2021 e 2022 – de US$ 1,3 bilhão para US$ 2 bilhões, elevando-se em 53,8%.
Com isso, o superávit da balança comercial do Estado recuou 4,4%, passando de US$ 2,9 bilhões, para US$ 2,8 bilhões.
Os números foram divulgados pelo secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, que prevê novos avanços mercadológicos internacionais.
Verruck minimizou a diminuição de US$ 100 milhões no superávit da balança comercial de Mato Grosso do Sul enfatizando que o expressivo crescimento nas importações mostra que o Estado está mais conectado e inserido no contexto internacional, principalmente ao destacar esses produtos: adubos e fertilizantes, ou seja, dois itens que vão fazer com que as exportações aumentem mais, além do ganho de produtividade nas lavouras.
Para Jaime Verruck, a valorização do dólar é um fator que não pode ser desconsiderado porque acabou fortalecendo a remuneração do produtor rural.
E isso tudo sem contar as majorações de preços que as commodities agrícolas vêm passando e beneficiando a agricultura brasileira, independente da guerra entre Rússia e Ucrânia, que estancou as exportações dos dois países.
Em julho, a cotação do dólar valorizou-se em 6,32%, com uma taxa média de R$ 5,37.
Na pauta de exportações não foi registrada nenhuma surpresa.
A soja continua como o produto número um nas exportações, trazendo recursos na ordem de US$ 1,8 bilhão para o Estado e registrando um crescimento 1,18%.
Ao todo, entre janeiro e julho deste ano, foram exportadas 3,1 milhões de toneladas de soja.
O volume é menor que o do ano passado, que nesta mesma época do ano chegou a 4,2 milhões de toneladas.
Apesar de ter exportado um milhão de toneladas a menos este ano, o produtor rural sul-mato-grossense faturou mais, comprovando a análise do secretário Jaime Verruck.
Em termos representatividade, a soja correspondia 41,6% de todas as exportações do Estado.
Agora equivale a 37,5% do montante comercializado ao exterior.
A sequência de produtos exportados por Mato Grosso do Sul não sofreu modificações, e sim variações que mereceram observações de Jaime Verruck.
A celulose, por exemplo, rendeu US$ 865 milhões em exportações, o que significa um pequeno crescimento de 1,1%.
No caso da carne bovina, as exportações cresceram 38,9%, com os valores saltando de US$ 518,9 milhões, para US$ 721,1 milhões.
“As participações da soja e celulose na pauta exportadora diminuíram um pouco. O mais importante foi o aumento da participação de outros itens, como as carnes bovinas e de frango, além dos óleos e gorduras vegetais e animais”, dimensiona Verruck.
Em números, o que Jaime Verruck expôs é que a participação da celulose nas exportações de 19,8% para 17,8%.
Neste caso, o volume exportado diminuiu de 2,5 para 2,4 milhões de toneladas, mas o faturamento aumentou de US$ 855 milhões, para US$ 865 milhões.
Na carne bovina, a participação nas exportações saltou de 12% para 14,7%.
Nos óleos e verduras vegetais e animais, as exportações passaram para outro patamar, com valores subindo de US$ 388 milhões, para US$ 615 milhões.
As exportações cresceram 58,3% e a participação saltou de 8,9% para 12,6%
Na avaliação de Jaime Verruck, esses números mostram uma tendência nas exportações sul-mato-grossenses: o aumento da participação de outros produtos, o que também pode ser visto como um indício diversificação comercial em um cenário de médio e longo prazo.
Para exemplificar a tese, o chefe da Semagro apresentou outros produtos: a carne de frango, cujas exportações cresceram 23,2%, atingindo a cifra de US$ 219,6 milhões; e o milho, com exportações crescendo mais de 120%, com valores saltando de US$ 82, para US$ 183 milhões.
Em termos de destino das exportações houve uma concentração nas exportações para a China, representando – este ano – cerca de 44,56% do valor total.
Os países com maior aumento na participação foram: Índia (760,66%) e Irã (152,37%), enquanto foi verificado queda de 2,48% das exportações para a Itália.
A China é o principal comprador de Mato Grosso do Sul com US$ 2,1 bilhões, seguido pelos Estados Unidos com US$ 241,2 milhões.
Nos produtos importados, o Estado continuou com uma pauta concentrada na importação de gás boliviano, representando 39,89% do que foi comprado pelo Estado.
Em cifras, foram gastos US$ 799,5 milhões este ano, contra US$ 566,4 milhões ano passado.
Neste quesito, a guerra entre Rússia e Ucrânia.
A quantidade de fertilizantes diminuiu de 144,6, para 134,5 mil toneladas.
Em compensação, os gastos saltaram de US$ 51 milhões, para US$ 95 milhões.