26 Abril 2021- 12h28
Uma das várias reivindicações é aumentar a oferta de funcionários; vacina para trabalhadores também entra na lista de pedidos
A paralisação da Caixa Econômica Federal, nesta terça-feira (27), ao nível nacional, pegou muita gente de surpresa, principalmente em Mato Grosso do Sul. O manifesto é para tentar evitar a privatização do banco, que está prevista para ter início na quinta-feira (29), para a venda da seguridade do banco.
O Sindicato dos Bancários do Estado, representado por Neide Maria, também luta por mais funcionários nas agências, que hoje está com um quadro defasado por causa da pandemia da covid-19.
Os trabalhadores fizeram uma assembleia e, com a aprovação da categoria, a manifestação e paralisação é de somente um dia.
“O sindicato está conversando com a população e com os funcionários para que a gente engrosse esse caldo de manter a Caixa Econômica 100% pública”.
Dia 29 está marcado a venda da seguridade do banco. A ação está praticamente loteando os pontos da empresa para poder iniciar a privatização. “Por isso a manifestação, essa luta hoje. Uma grande manifestação e grande adesão dos funcionários para essa paralisação”.
Outro ponto que engrossou o coro pela manifestação é o concurso realizado há sete anos, mas que os aprovados ainda não assumiram suas funções. A presidente do sindicato explica que o caso está na Justiça, pois houve condição favorável para que eles fossem convocados, mas o banco recorreu.
“Temos um número muito reduzido de trabalhadores, haja vista que teve PDVs, teve pessoas que aposentaram, tem pessoas que estão doentes, psicologicamente afetadas, em virtude da sobrecarga de trabalho. Então hoje temos um número reduzido de trabalhadores que poderão vir a ser adoecidos”, explicou.
Há também um pedido para que os trabalhadores da Caixa Econômica, que atendem o público diretamente, sejam inseridos na lista de prioridades da vacinação contra a covid-19. “Nós queremos e estamos fazendo esse apelo”.
Muitos trabalhadores procuram diretamente o sindicato para relatar que estão sofrendo com problemas psicológicos, pois se sentem amedrontados, inseguros e com medo de perder o emprego.
População apoia paralisação
Carlos Alberto Pereira, de 61 anos, deixou sua casa no Parque do Sol e foi buscar ajuda envolvendo auxílio emergencial na agência da 13 de Maio, mas percebeu que o atendimento estava menor que os dias anteriores. O idoso soube da paralisação e se mostrou favorável com o apelo dos trabalhadores.
“Para mim, é ruim, mas, por outro lado, os funcionários têm razão. Aumentou muito a demanda e o governo não faz concurso para aumentar o número de colaboradores e assim melhorar o atendimento. Sou a favor do movimento”.
A mesma opinião é compartilhada por Maria Lourdes Cabreira, de 37 anos, que tentou resolver um problema da conta bancária na agência, mas não conseguiu e precisaria falar com um dos atendentes. Contudo, a mulher destacou que os funcionários sofrem com as reclamações.
“Realmente o atendimento só piora e vemos que os funcionários sofrem, pois, eles que suportam as reclamações da população, mesmo sem culpa e isso acredito ser ruim para eles e consequentemente na melhora do atendimento ao público”.